As dificuldades de recuperação da Zona do Euro frente às amarras institucionais e a estratégia alemã

Augusto Pinho de Bem

Resumo


RESUMO

O artigo avalia as dificuldades de recuperação econômica da Zona do Euro frente aos eventos desencadeados após a crise financeira de 2007. Uma retomada mais consistente têm se mostrado inviável em sua “periferia”, devido às amarras impostas por tal arranjo institucional, como os limites nacionais de endividamento e gasto público e a utilização de moeda única, somados à visão predominante de austeridade recomendada pelas lideranças europeias — encabeçadas pela Alemanha —, e que acabam por fomentar instabilidade e assimetrias na região. Esse receituário segue a tradição da política econômica alemã, que conseguiu acumular expressivos saldos comerciais na última década com sua estratégia mercantilista. Porém, para obter sucesso, necessita de uma demanda permanente e crescente por seus produtos, o que fatalmente será prejudicado caso não se solucionem os problemas econômicos nos demais países da Zona do Euro, além de não ser factível sua utilização com resultados positivos por todos os países do Bloco. Torna-se necessário uma mudança de postura das autoridades europeias e da Alemanha, com o relaxamento da austeridade e a utilização de política fiscal para a diminuição dos desequilíbrios econômicos na região. Caso contrário, é forte o risco de que alguns países enfrentem uma recessão de balanços, com um prolongado período de estagnação econômica e ampliação das assimetrias regionais, pondo em xeque a viabilidade de sua manutenção no Bloco.

Palavras-chaveeeconomia Internacional; Zona do Euro; política econômica.

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ISSN 1806-8987