Avanço da precariedade no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul, nos anos 90

Walter Arno Pichler

Resumo


Este artigo tem como propósito traçar um quadro evolutivo da qualidade das ocupações no mercado de trabalho, no Rio Grande do Sul, entre 1992 e 1999. Parte-se do pressuposto de que, no decorrer desse período, o processo de reestruturação produtiva, a abertura comercial e a política de estabilização
macroeconômica produziram uma deterioração (ou precarização) do emprego no Estado. Assume-se que isso se manifesta na presença e no tamanho do segmento informal do mercado de trabalho. A fonte de dados usada neste estudo é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. A pesquisa revela que houve um aumento da informalidade em áreas em que a parcela de trabalhadores informais já era elevada no início dos anos 90 — como é o caso do comércio de mercadorias e dos transportes e comunicações —, mas também em setores tradicionalmente caracterizados pela forte presença
do trabalho formal — como é o caso da administração pública e da indústria de transformação. Merece destaque o pequeno avanço do trabalho formal no setor prestação de serviços, área caracterizada pela amplitude do trabalho precário. O estudo mostra, igualmente, que as categorias ocupacionais precárias que mais se expandiram foram o trabalho sem carteira de trabalho assinada e o trabalho por conta própria.

Palavras-chave


mercado de trabalho

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ISSN 1806-8987