Aspectos da mortalidade de crianças e adolescentes por causas externas no RS, em 2000-14

Autores

  • Marilyn Agranonik Fundação de Economia e Estatística
  • Carina Ribas Furstenau Fundação de Economia e Estatística
  • Marilene Dias Bandeira Fundação de Economia e Estatística

Palavras-chave:

Mortalidade, causas externas, crianças e adolescentes

Resumo

O objetivo do trabalho consiste em analisar alguns aspectos relacionados à mortalidade de crianças e adolescentes por causas externas no Rio Grande do Sul, no período 2000-14. Com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) (DATASUS), foram levantadas informações sobre os óbitos ocorridos nas faixas etárias de zero a quatro anos, cinco a nove anos, 10 a 14 anos e 15 a 19 anos, por sexo. Para as análises de tendência dos óbitos, foram comparados três períodos: 2000-04, 2005-09 e 2010-   -14. Os indicadores avaliados foram: (a) mortalidade proporcional e (b) taxa de mortalidade específica, por sexo e idade, por 100.000. Os resultados evidenciam que, nas faixas etárias de cinco a 19 anos, as causas externas aparecem como principal motivo de mortalidade. A proporção de óbitos para esse grupo de causas aumenta, significativamente, conforme a idade, para ambos os sexos, com prevalência maior para o masculino. Em relação à taxa de mortalidade por causas externas, verificou-se que, dentre os menores de cinco anos, existem 44% mais óbitos de meninos em relação às meninas; na faixa de cinco a 14 anos, os meninos possuem cerca de duas vezes mais riscos de morrer do que as meninas, e, quando adolescentes (15 a 19 anos), esse risco sobe para cinco vezes. Nesse mesmo grupo etário, no caso de homicídios, os jovens têm 10 vezes mais riscos de óbitos do que as jovens, e, levando-se em consideração a raça, a proporção de óbitos por homicídios para os jovens negros ou pardos do sexo masculino foi de 70,2%; já para os brancos, de 43,7% (2010-14). Esses resultados evidenciam a importância de políticas públicas que atuem na redução da mortalidade por causas externas, especialmente por ser tratarem de motivos passíveis de prevenção.

Palavras-chave: mortalidade; causas externas; crianças e adolescentes

TÍTULO EM INGLÊS

Child and adolescent mortality due to external causes in the State of Rio Grande do Sul in the period 2000-14

 Abstract

The present study aims at analyzing some aspects related to child and adolescent mortality by external causes in the State of Rio Grande do Sul between 2000 and 2014. Information regarding mortality by sex between the ages of 0 and 4, 5 and 9, 10 and 14 and 15 and 19 were collected from the Mortality Information System (SIM) database, made available by the Department of Informatics of the Unified Health System (SUS), DATASUS. In order to analyze the trends in deaths, three different time periods were compared: 2000-04, 2005-09 and 2010-14. The proportional mortality and the specific mortality rates by sex and age groups per thousand people were used as indicators. For ages 5 to 19, external causes are the leading sources of mortality, and the proportion of deaths for this group of causes increases significantly with age for both sexes, with a higher prevalence among males. Considering the rate of mortality due to external causes, it was observed that among children under 5 years of age, there are 44% more deaths among boys than girls, while between 5 to 14 years of age, boys have about twice as many chances to die in comparison to girls. Among adolescents (15 to 19 years of age) this risk increases to five times as much. Furthermore, in the 15 to 19 age group, boys present ten times more risk of deaths by homicide than girls, and, regarding the race, the proportion of homicides for young black or brown males was 70.2% compared with 43.7% for white men (2010-14). Finally, the results show the importance of public policies that aim at reducing mortality due to external causes, especially because they are mostly preventable.

Keywords: mortality; external causes; children and adolescents

Classificação JEL: I1 ou I12

Artigo recebido em 14 out. 2016.

 

Biografia do Autor

  • Marilyn Agranonik, Fundação de Economia e Estatística

    Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente, Mestre em Epidemiologia (UFRGS) e Pesquisadora em Estatística da Fundação de Economia e Estatística

  • Carina Ribas Furstenau, Fundação de Economia e Estatística
    Mestre em Sociologia (UFRGS) e Pesquisadora em Sociologia da Fundação de Economia e Estatística
  • Marilene Dias Bandeira, Fundação de Economia e Estatística

    Bacharel em Estatística (UFRGS), Mestre em Demografia Médica (London School of Hygiene and Tropical Medicine), Pesquisadora da FEE e Professora do Departamento de Estatística da UFRGS

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Publicado

2017-06-23

Edição

Seção

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E POLÍTICAS PÚBLICAS