PROSPECÇÃO DE AMETISTAS: UTILIZAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DE POTENCIAIS ÁREAS DE MINERAÇÃO NO SUDOESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Autores

Resumo

Esse estudo teve como objetivo a utilização do sensoriamento remoto baseado na coleta de imagens do sensor orbital ASTER/Terra, na prospecção de potenciais áreas de mineração de ametistas no sudoeste do Rio Grande do Sul. A localidade de estudo foi escolhida tendo em vista as descobertas feitas pelo Serviço Geológico do Brasil em 2021, o qual tratava da busca de novas áreas propícias à formação de ametistas ao longo da extensão da região de Los Catalanes, no Uruguai, a qual é adjacente à fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul com os municípios de Quaraí e Santana do Livramento. A metodologia fundamentou-se na aplicação do método de classificação Spectral Angle Mapper (SAM) em imagens do sensor ASTER, o qual verifica a semelhança entre as assinaturas espectrais de alvos de referência e dos pixels de uma imagem. O método SAM foi selecionado dentre as opções disponíveis, a exemplo da transformação MNF, Linear Spectral Unmixing, Spectral Information Divergence, dentre outros métodos, por se tratar de um algoritmo de solução robusta e fácil aplicação, com resultados reconhecidos na literatura. Os valores do SAM são expressos em ângulos, a fim de que quanto menor for o ângulo para o pixel classificado, maior será sua similaridade espectral com a amostra de referência e, por conseguinte maior a possibilidade de o pixel conter aquele mineral em foco. Como resultado foi observado que 13,275 hectares de área apresentaram probabilidade de ocorrência de ametista entre 66,66% e 72,52%. Em relação ao padrão espacial para identificação das maiores probabilidades de ocorrência de ametistas, estas ocorrem pela sobreposição do basalto, malaquita e quartzo, materiais os quais sua presença é associada diretamente à ametista, e que se encontram em percentuais acima de concentrações médias já encontradas em outras jazidas. A metodologia empregada neste estudo se mostrou como uma excelente alternativa no apoio à prospecção geofísica de ametistas. Por fim, a partir dos produtos gerados ao final deste estudo espera-se produzir subsídios a outros projetos acerca da prospecção de ametistas no Rio Grande do Sul.

Biografia do Autor

  • Breno Mello Pereira, Universidade Federal de Pelotas
    Possui curso Técnico em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (2019). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoprocessamento, atuando principalmente nos seguintes temas: Sensoriamento Remoto, Aeronaves Remotamente Pilotadas, Geodésia, Aerofotogrametria, prospecção geológica, Cartografia, Sistemas de Informação Geográfica e Processamento Digital de Imagens. Atualmente é aluno de Engenharia Geológica pela Universidade Federal de Pelotas (2020).
  • Miguel da Guia Albuquerque, Universidade Federal de Rio Grande
    Possui graduação em Geografia Bacharelado pela Universidade Estadual do Ceará (2006), mestrado em Oceanografia Física, Química e Geológica pela Universidade Federal do Rio Grande (2008) e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013). Atualmente é professor do quadro permanente - Programa de Pós Graduação em Geografia, colaborador - Programa de Pós Graduação em Gerenciamento Costeiro, docente permanente - Programa de Pós Graduação em Geografia e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia Costeira, atuando principalmente nos seguintes temas: geotecnologias, erosão costeira, sensoriamento remoto, morfodinâmica praial e riscos ao banho de mar.
  • Jean Marcel de Almeida Espinoza, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
    Possui Doutorado em Sensoriamento Remoto (UFRGS/2015), Mestrado em Sensoriamento Remoto (UFRGS/2006), graduação em Física (Bach./Lic - FURG/2004), Física Médica (FURG/2007). Atua na área de Sensoriamento Remoto aplicado ao estudo glaciológico, processamento de imagens e sinais digitais e radiometria de reflectância. Tem como foco o estudo do radar. É membro dos seguintes grupos de pesquisa: Geotecnologias e Meio Ambiente (IFRS), Gestão Ambiental em Zonas Costeiras (FURG) e Sensoriamento Remoto (UFRGS). Profissionalmente desenvolve a atividade de professor junto ao IFSC - Câmpus Caçador nas áreas de Física e Fenômenos de Transportes.

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Publicado

31-07-2023