IDENTIFICAÇÃO DA EXPANSÃO URBANA EM ÁREAS ÚMIDAS POR MEIO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS. ESTUDO DE CASO: ÁREA DE INUNDAÇÃO DO RIO GRAVATAÍ/RS

Autores

  • Joseli Andrades Maia Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Tânia Marques Strohaecker Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Laurindo Antonio Guasselli Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Com a implantação da Lei 1.233 de 1954, que dispõe sobre os arruamentos e outros providências sobre regulamentação de loteamentos urbanos de Porto Alegre, o uso da terra na capital sofreu forte valorização, influenciando na instalação de investimentos públicos e privados por meio de novas infraestruturas e altos impostos municipais. Como resultado, durante as décadas de 1950 e 1960 houve a elevação do preço no mercado imobiliário, contribuindo para a dispersão da população com baixo poder aquisitivo para além das divisas municipais porto-alegrenses, que ocupou os municípios periféricos, mas acessíveis às fontes de trabalho na capital. O presente artigo busca identificar a expansão da urbanização em parte da planície de inundação do Rio Gravataí, no perímetro compreendido pelas divisas dos municípios gaúchos de Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada. Destaca-se aqui a expansão da urbanização sobre as áreas úmidas, tendo como base os mapas feitos no software Idrisi com imagens de satélites que datam de 1985 e 2007, e o uso de fotografias aéreas de 1971 disponibilizadas pela Metroplan. A ocupação dos municípios limítrofes impulsionou e estimulou a especulação imobiliária, bem como o parcelamento do uso do solo e a implantação de novos loteamentos. A partir do uso das imagens e fotografias aéreas, notou-se o aumento da ocupação ao longo das principais vias de circulação, assim como em áreas inadequadas para residências, por serem consideradas áreas de preservação e de inundação do rio. Além do uso residencial, o avanço de outras atividades antrópicas sobre o sistema natural também foi observado, como práticas agrícolas, descarte de resíduos agrícolas, tratamento do esgoto sanitário e extração de minérios e água na região de estudo.



Biografia do Autor

  • Joseli Andrades Maia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (POSGEA-UFRGS). Mestre em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR-UFRGS). Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade Gama Filho (EaD). Bacharel e Licenciada em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/PUCRS.
  • Tânia Marques Strohaecker, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Graduação em Arquitetura (UFPel), especialização em Urbanismo (UFRJ), mestrado em Geografia (UFRJ), doutorado em Geociências (UFRGS). Professora Associada, lotada no Departamento de Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuação profissional como docente (Graduação) nas disciplinas de Geografia Urbana, Ocupação do Espaço Urbano e Rural, Geografia Econômica e Humana. Responsável pela disciplina Urbanização e Desenvolvimento Socioespacial junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFRGS. Pesquisadora do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO) e do Laboratório do Espaço Social (Labes).
  • Laurindo Antonio Guasselli, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Bacharel e Licenciado em Geografia, Mestre em Sensoriamento Remoto e Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Associado do Dep. de Geografia, do Instituto de Geociências e professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia e do Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto da UFRGS. 

Referências

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Publicado

03-10-2017